29 de Março de 2019

7 anos de Energia 100% Renovável na aldeia de Monte Trigo, Cabo Verde

A Central Solar Fotovoltaica de Monte Trigo completou 7 anos de serviço em Fevereiro do presente ano, com mais de 250 MWh produzidos. Monte Trigo é a primeira aldeia de Cabo Verde com energia 100% renovável com operacionalização da micro-rede e da central solar, implementada pela Águas de Ponta Preta (APP), associada da ALER.

 

A iniciativa de implementar esta central desafiou todos os argumentos de viabilidade económica e técnica dos projectos, devido à sua localização e dimensão, priorizando o desenvolvimento e luta contra a pobreza, mediante a concretização do direito ao acesso à energia. A aldeia de Monte Trigo tem uma população de 274 habitantes (censo de 2010), e os rendimentos das famílias dependem maioritariamente do sector das pescas, apesar de neste momento existir um grande potencial do sector do ecoturismo.  

 

A comunidade hoje beneficia de uma Central fotovoltaica com a capacidade de 37,9 kWp, fruto de um projecto de desenvolvimento co-financiado pela União Europeia e Câmara Municipal do Porto Novo (CMPN) e executada por um consórcio de empresas liderado pela Águas de Ponta Preta, Lda (APP). A gestão actual é da responsabilidade de uma parceria público-privada que integra a APP, a Câmara Municipal do Porto Novo e a AGRIPESCA, no âmbito de um acordo tripartido.

 

A central fotovoltaica, após de sete anos de funcionamento ininterrupto e 24/24 horas, provocou uma nova dinâmica de desenvolvimento na comunidade Montetriguense em vários níveis, sociofamiliar, ambiental e económico. A Central foi projectada para o contexto próprio da aldeia de há sete anos, ou seja, satisfazer maioritariamente as necessidades energéticas domésticas e dos serviços básicos. Actualmente, com o trabalho de requalificação das casas da comunidade, Monte Trigo entrou na rota do turismo rural e ecoturismo, criando assim uma nova dinâmica económica, nomeadamente, de acolhimento de turistas (hospedagem e alimentação).

 

O aumento da qualidade de vida na comunidade é inquestionável e é visível no âmbito do aumento de postos de trabalho, amenização dos trabalhos domésticos, integração da comunidade na rota do turismo rural e de natureza, maior segurança e previsibilidade no desempenho da actividade das pescas. Após sete anos, esta dinâmica de crescimento económico local deve-se à demanda energética, hoje bastante superior à que tinha sido projectada.

 

Fonte e Imagem © APP