A ALER está a posicionar-se num novo patamar
No final do ano passado, os Associados da ALER aprovaram por unanimidade o Plano de Actividades e Orçamento para 2024. Este momento marca o início de uma nova etapa da Associação e é um reflexo do seu crescimento a par com a evolução do sector.
Na sua génese, o foco da ALER passava por compilar informação sobre o mercado das energias renováveis dos países africanos lusófonos, e dar a conhecer o ponto de situação e as oportunidades de negócio. Acompanhámos e contribuímos para o desenvolvimento do enquadramento institucional do sector, mas acima de tudo, criámos uma relação e colaborámos com todos os stakeholders, tanto ao nível governamental, como privado e parceiros de cooperação.
Tal foi possível graças ao apoio de Associados de relevo, desde as empresas com os primeiros projectos de energias renováveis nos vários países até aos Ministérios de Energia, passando também pelos parceiros que financiaram as nossas actividades e ambições. A confiança e colaboração de todos permitiu que chegássemos ao final de 2023 preparados para uma nova etapa.
Se no início éramos a única Associação dedicada a estes países, hoje em dia contamos com 5 Associações irmãs, e tantas outras internacionais igualmente interessadas em explorar o potencial das energias renováveis nos países africanos lusófonos. A par disso, assistimos ao avolumar de parceiros de cooperação e respectivos programas de financiamento.
Tendo cumprido com a nossa missão de dar a conhecer este potencial e de criar condições para que o mesmo seja dinamizado a nível nacional, podemos agora alargar o nosso âmbito e assumir uma dimensão mais regional e intersectorial.
Nesse sentido, 2024 verá a ALER dedicar-se a dois novos mercados. Em termos geográficos, iremos aprofundar as nossas relações com o Brasil, e em termos temáticos, iremos acompanhar as questões do clima. Tal será feito em preparação e antecipação do grande evento de 2025 em que estas duas intenções se encontram, a COP30, a ter lugar em Belém do Pará, em plena Amazónia, no Brasil.
Relativamente ao Brasil, queremos potenciar a experiência institucional e empresarial em projectos de energias renováveis deste gigante lusófono em prol dos mercados africanos, tanto de tecnologias mais maduras como a solar, eólica ou biocombustíveis, mas também de novas tecnologias como o hidrogénio. Será também importante partilhar e dar a conhecer o percurso deste país no desenvolvimento do seu enquadramento regulatório e do financiamento do sector.
Pelo facto de actuarmos em países muito vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas, faz também todo o sentido acompanharmos as questões do clima e promovermos o contributo das energias renováveis para a mitigação destes efeitos, aliás já reconhecido nas estratégias nacionais de transição energética e descarbonização recentemente apresentadas na COP28. É a nossa intenção explorar as várias opções de financiamento climático e canalizá-las para projectos de energias renováveis dos países africanos lusófonos.
Além destes novos eixos, continuaremos a trabalhar a nível nacional em cooperação com as Associações Nacionais e com os nossos Associados, em matérias de enorme potencial, como por exemplo as mini-redes, projectos de auto-consumo e o papel da banca nacional. Manteremos também os nossos eventos e publicações de renome, como a Conferência e Resumo RenMoz, cujas quartas edições regressarão em Novembro.
A cooperação regional será o foco de futuro da ALER. Por um lado, conhecendo bem o contexto das energias renováveis de cada país, pretendemos promover o intercâmbio entre eles, para que haja uma partilha de melhores práticas. Por outro lado, ao nível climático, queremos fortalecer os países lusófonos, em particular os africanos, para que tenham maior força negocial e acesso aos recursos disponíveis a nível mundial. Desta forma, poderemos pôr em prática o ditado africano de que “Sozinhos vamos mais rápido, mas juntos vamos mais longe”.
É com enorme entusiasmo que entramos em 2024, certos de que as energias renováveis são essenciais para atingir os objectivos de acesso universal à energia e de combate às alterações climáticas, e que os próximos anos até ao final da década serão cruciais!
Contamos com todos para nos apoiar nesta missão e por isso vos convidamos a se juntarem à ALER como Associados ou parceiros. As nossas portas estão sempre abertas!
Isabel Cancela de Abreu
Executive Director of ALER