Angola: Medidas para atingir os 70% de energia de fontes renováveis
Angola está a procurar alternativas para a descarbonização da sua matriz energética para alcançar os 70% de fontes de energias renováveis até 2025, segundo o secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso.
De acordo com o governante, o sector está a dar passos importantes para a descarbonização da indústria petrolífera e tem efectuado campanhas que visam estabelecer um inventário de emissões no país.
Para se encontrar soluções que permitam o desenvolvimento contínuo e o célere potencial petrolífero, “cada vez mais amigo do ambiente”, o responsável disse que o sector trabalha em colaboração com o programa das Nações Unidas e com algumas empresas que operam no mercado, tendo já começado a apresentar iniciativas próprias que permitirão reduzir as emissões de carbono nas suas operações.
A transição energética, segundo José Barroso, significa para Angola continuar a explorar e produzir os seus recursos, com níveis de emissões de gases de efeito estufa tão baixos para permitir a viabilidade técnica e económica e com as receitas daí resultantes financiar a introdução de fontes de energia mais limpas.
Durante a 2ª Conferência sobre Ambiente e Desenvolvimento, o consultor associado da KPMG Pedro Cruz, apresentou um estudo segundo o qual para atingir a referida meta estabelecida pelo Governo, Angola tem de investir cerca de 23,3 mil milhões de dólares.
Este estudo clarifique que com fontes de energia limpa, Angola passa a ser responsável por 4,8 toneladas métricas de dióxido de carbono. Estas projecções indicam que, para viabilizar as metas definidas, o sector privado deve participar com investimentos na produção de energias limpas com 7,7 mil milhões de dólares, numa fase em que o sector público entra com 4,4 mil milhões.
Além disso, o sector público deve empregar 3,9 mil milhões em linhas de transporte de energia e outros três mil milhões em projectos em áreas urbanas, onde o sector privado entra com 2,3 mil milhões. A electrificação das zonas rurais vai custar ao sector público dois mil milhões de dólares, contra apenas 200 milhões ao sector privado.
O investimento total na produção e distribuição conta-se, assim, em 11,5 mil milhões de dólares para o sector público e 9,8 mil milhões para o privado, acrescidos dois mil milhões de dólares para a gestão privada dos projectos.
Fonte: Jornal de Angola