O BAfD classifica a energia como prioridade máxima com foco nas soluções off-grid
Nos próximos cinco anos, o Banco Africano para o Desenvolvimento (BAfD) pretende ajudar a reabilitar as empresas de serviços públicos e os prestadores nacionais a tornarem-se rentáveis. As empresas de energia em todo o continente esforçam-se para acompanhar a tecnologia que proporcionaria ligações adequadas às cidades em crescimento. Muitas empresas de serviços públicos também dispõem de pouco dinheiro, uma vez que cobram preços abaixo dos praticados no mercado, o que resulta muitas vezes dos subsídios governamentais.
Amadou Hott, Vice-Presidente de Electricidade, Energia, Clima e Crescimento Verde do BAfD, sugeriu que os governos podem precisar de recuar na geração de energia. "Os governos não podem subsidiar a electricidade indefinidamente. É compreensível no início, mas eles precisam caminhar para a sustentabilidade da empresa de serviços públicos."
O BAfD já está activo na Tanzânia, Moçambique e Zâmbia, fornecendo ajuda no acompanhamento e reestruturação das empresas de serviços públicos para minimizar perdas técnicas, financeiras e assegurar um planeamento e uma governação adequados da rede. "As empresas de serviços públicos têm que funcionar como uma empresa privada, mesmo que na maioria dos casos, ela seja administrada pelo governo", referiu Amadou Hott.
No entanto, com a maioria da rede eléctrica africana sobrecarregada e com necessidade de reparação, o BAfD considera que as soluções off-grid são fundamentais para alcançar 75 milhões de novos lares em áreas urbanas e rurais, uma meta ambiciosa, porém alcançável. Tanto as áreas rurais como as grandes cidades, tal como Lagos na Nigéria, poderiam beneficiar de soluções fora da rede. Muitas pessoas em áreas urbanas usam geradores a gasóleo para a maioria da sua energia.
Amadou Hott acrescentou também que o custo das soluções fora da rede caiu nos últimos anos. A tecnologia solar é agora mais acessível, e os investidores são menos exigentes em termos do retorno dos investimentos, em parte porque a percepção de risco melhorou.
Um elemento importante para o sucesso de soluções energéticas fora da rede será a colaboração entre fornecedores de serviços fora da rede e governos, observou Amadou Hott. "A maioria dos actores fora da rede está a seguir o seu próprio caminho de desenvolvimento de negócios, adquirindo os próprios clientes sem a certeza de que receberão clientes", disse ele. Se um governo colaborasse com um projecto fora da rede que servisse 2 milhões de pessoas, por exemplo, a escala poderia reduzir os preços.
"Se se reunir todas essas intervenções, pode-se reduzir o preço [da energia fora da rede] até 50 por cento", argumentou Hott. Estas poupanças poderiam atrair novos investimentos.
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