27 de Outubro de 2023

Carteira de investimentos do BAD em Angola atingiu mil milhões de dólares em 2019

A carteira de investimentos do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em Angola ultrapassou os 50 milhões de dólares, atingidos em 2012, para 1000 milhões de dólares em 2019 para uma maior aposta no sector energético angolano.

 

A informação foi transmitida pelo representante do BAD em Angola, Pietro Toigo, assinalando o alargamento do financiamento que ocorreu nos últimos cinco anos. Para o representante do BAD, o sector energético angolano é prioritário para a instituição bancária que investiu, nesse sector, 500 milhões de dólares nos últimos cinco anos.

 

De acordo com Pietro Toigo, os investimentos do BAD estão centrados na conexão do sistema eléctrico norte ao sistema da região sul de Angola, por este possuir quatro sistemas energéticos independentes.

 

“O [sistema] norte é particularmente rico em energia Hidroeléctrica, limpa e barata, mas o Sul e Leste não estão interconectados e o Sul do país ainda depende de energia térmica, que é muito mais poluente, diria, e com muito mais custos”, apontou.

 

Em declarações à LUSA, defendeu que a ligação do sistema eléctrico deve permitir a exploração de energia limpa e “também uma interconexão com o sistema da África Austral, onde Angola poderá vender a energia excedente e aí arrecadar receitas”.

 

“É importante que todos os angolanos possam beneficiar de energia. Neste momento, o acesso é de 42%, mas ainda é extremamente baixo e o objectivo de ter acesso a 60% nos próximos dois anos é necessário e importante”, disse.

 

As acções do BAD em Angola, assinalou, têm como âmbito as metas do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2030, sobretudo o objectivo 7, “que é o acesso universal à energia”.

 

Para garantir o maior desenvolvimento no sector energético, Pietro Toigo, assinalou que é preciso alcançar a “sustentabilidade financeira do sistema, para isso é importante que os usuários paguem as quantidades certas e os contadores [pré-pagos] são uma forma bastante simples e efectiva”, adiantando que já estão aprovados 500 milhões de dólares para o efeito.

 

“Isso é importante para que haja uma arrecadação justa, porque neste momento os mais ricos estão a pagar a energia mais barata, porque muitas das tarifas são estimadas. Por isso, o primeiro passo para um maior investimento na expansão do sistema, é arrecadar os consumos que efectivamente são feitos”, adiantou.

 

O responsável garantiu, assim, a contínua aposta da instituição bancária nas acções de diversificação da economia angolana, prometendo ainda o alargamento da carteira de investimentos para o sector privado em Luanda.

 

Fonte: LUSA/ Ver Angola