30 de Setembro de 2019

Cimeira da Acção Climática 2019

A Cimeira da Acção Climática da ONU de 2019 teve lugar a 23 de Setembro em Nova York, nos EUA. O objectivo desta cimeira era avançar com acções climáticas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa de forma a impedir que a temperatura média global suba mais de 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. Cerca de 70 países anunciaram medidas para reduzir as emissões e apoiar as populações mais vulneráveis à crise climática.

 

No discurso inaugural perante dezenas de líderes internacionais, António Guterres afirmou que "ainda não é demasiado tarde". Advertiu, contudo, que o tempo está a esgotar-se. "A emergência climática é uma corrida que estamos a perder mas que ainda podemos ganhar. A crise climática é provocada por nós e as soluções devem vir de nós. Temos as ferramentas: a tecnologia está do nosso lado". O Secretário-Geral da ONU afirmou que é preciso “ligar a mudança climática a um novo modelo de desenvolvimento, uma globalização justa, com menos sofrimento, mais justiça e harmonia entre as pessoas e o planeta.”

 


Presidente de Angola, João Lourenço, também esteve presente no Plenário de dia 24, onde foi orador e sublinhou o papel que Angola desempenha no contexto africano, seja pela sua importância ambiental, os projectos regionais e sub-regionais que integra, como o do Okavango-Zambeze, ou os seus esforços para a manutenção da paz e da segurança no continente, bem como os desafios que enfrenta, nomeadamente o que está a ser feito para ultrapassar a crise económica e para combater os efeitos da seca no sul do país.

 

O Presidente da República português prometeu: "Nós não vamos falhar”. Marcelo Rebelo de Sousa respondeu ao este apelo de António Guterres e levou à Cimeira da Acção Climática algumas das medidas com que Portugal pretende travar as alterações climáticas, como tornar o país neutro em carbono até 2050. Referiu que essa promessa será alcançada "através da total descarbonização do sistema electroprodutor e da mobilidade urbana e através do reforço da capacidade de sequestro de carbono pelas florestas e por outros usos do solo".

 

Paralelamente a este evento, a IRENA, o SEforALL e o PNUD anunciaram uma parceria conjunta em coordenação com o Fundo Verde para o Clima, no dia 22 de Setembro. Em resposta às necessidades mundiais de mobilizar investimentos de baixo carbono e resilientes ao clima, esta parceria tem por objectivo aumentar o fluxo de capital nos países em desenvolvimento para atender às ambições climáticas. A Plataforma de Investimento Climático (do inglês – Climate Investment Platform, CIP) é por isso uma parceria inclusiva que acolhe todas as partes interessadas desde governos e organizações internacionais ao sector privado de forma a ampliar a acção climática e traduzir metas ambiciosas nacionais em investimentos concretos locais. Saiba mais sobre esta parceria aqui.

 

O mais recente relatório da IRENA refere que temos apenas 11 anos de acção para limitar os efeitos das mudanças climáticas, sendo necessários investimentos anuais de US $ 4,3 mil milhões no sector de energia até 2030 já que esta é a solução climática mais prática e facilmente disponível no mundo. Saiba mais sobre este relatório e suas principais conclusões aqui.

 

 

Fonte © Oikos, DN

Imagem © UN