Diálogo sobre a energia oceânica chega a São Tomé e Príncipe
São Tomé e Príncipe acolheu entre os dias 9 e 15 de Abril a delegação do SIDS DOCK para iniciar as conversações sobre a energia oceânica, de forma a fortalecer a resposta global à ameaça das alterações climáticas.
Esta iniciativa teve o apoio do SIDS DOCK, organização internacional para a Energia Sustentável e Resiliência Climática dos pequenos Estados insulares em desenvolvimento, e da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI).
A delegação do SIDS DOCK, liderada por Christine Neves Duncan, Chefe de Gabinete e Directora de Projecto do Secretariado do SIDS DOCK, foi recebida pelo Ministro das Infra-estruturas e Recursos Naturais, Osvaldo de Abreu, para delinear a implementação de um projecto que visa promover a inovação e mudanças que conduzam à independência energética de São Tomé e Príncipe, através do desenvolvimento e implantação de tecnologias de energia oceânica.
O acordo estabelecido entre o SIDS DOCK e o Governo de São Tomé e Príncipe é uma Parceria para a Implementação do Objectivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14 – “Conservar e utilizar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável", bem como do Acordo de Paris da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), que refere: "Aumentar a capacidade de adaptação aos impactos adversos das alterações climáticas e promover a resiliência climática", é uma prioridade do SIDS DOCK para fortalecer a resposta global à ameaça das alterações climáticas.
Esta missão teve como objectivo estabelecer contactos nacionais e promover o diálogo sobre a energia oceânica numa visão Energética para São Tomé e Príncipe, e tinha como resultados esperados assinar o memorando de entendimento entre a EMAE - Empresa de Água e Electricidade de São Tomé e Príncipe e a Global Otec, e sensibilizar os Governantes e a população para a apropriação e a exploração do potencial marítimo.
Esta parceria “é importante para nós para que haja maior envolvimento do país nesta missão para que, a partir desta discussão, encontremos soluções eficientes e sustentáveis de energia para o país”, referiu Gabriel Maquengo, da Direcção Geral dos Recursos Naturais e Energia do Ministério de Infraestrutura, Recursos Naturais e Ambiente e Responsável pelo projecto da UNIDO em São Tomé e Príncipe.
Os pequenos Estados insulares em desenvolvimento (SIDS) estão inseridos nas maiores regiões de energia renovável no planeta com grande potencial energético. A variação na salinidade, gradientes térmicos, correntes de maré ou ondas oceânicas podem ser usadas para gerar electricidade usando uma gama de tecnologias diferentes. Essas tecnologias podem ser desenvolvidas de forma a fornecer electricidade segura, sustentável e competitiva em comparação ao que hoje é gerado a partir de combsitíveis fósseis.
Cada tipo de recurso cinético ou térmico do oceano tem requisitos, características e desafios únicos do local. Algumas formas estão disponíveis por períodos de tempo durante o dia, enquanto outros estão continuamente disponíveis. A energia térmica oceânica, que se baseia na conversão da radiação solar no oceano em electricidade, está continuamente disponível em quase todos os locais oceânicos entre os trópicos, e, portanto, representa uma fonte ilimitada de energia para a economia azul.