G20, apoiado pela IEA e pela IRENA analisam os progressos no fornecimento de energia limpa
Os ministros da Energia dos países do G20 reuniram-se entre 29 e 30 de Junho, em Pequim, na China, onde discutiram a expansão do acesso à energia, de fontes de energias alternativas e da eficiência energética. Antes do encontro ministerial, a 28 de Junho, teve lugar a terceira reunião do Grupo de Trabalho da Sustentabilidade Energético do G20.
Na reunião Ministerial de Energia, o Director Executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, fez o discurso principal focando-se nas prioridades do G20 para aumentar o acesso à energia e o investimento no sector de energia, e fazer a transição para energias mais limpas. Relativamente a estas três prioridades, ele destacou que aumentar em 7% o investimento em tecnologias modernas de energia limpa até 2040 poderá ajudar a salvar três milhões de vidas. Esta descoberta foi publicada no Relatório Especial da IEA sobre Energia e Poluição do Ar, divulgado no dia 27 de Junho.
Birol também falou sobre o Acordo de Paris, salientando a necessidade de partilhar as melhores práticas de segurança de abastecimento de energia, a regulamentação do mercado energético e melhorar a eficiência, a fim de limitar o aumento da temperatura global para menos de 2 °C acima dos níveis pré-industriais, como descrito no objetivo do Acordo.
Os Ministros da Energia do G20 divulgaram um Comunicado na reunião que destaca os planos do grupo para abordar o acesso à energia, construir um futuro de energia limpa e promover a eficiência energética através do Programa de Eficiência Energética do G20 (EELP). Para tal, os Ministros aprovaram também um roteiro de acesso à energia, “Melhorar o acesso à energia na Ásia e no Pacífico: Principais Desafios”, um Plano de Colaboração de Acção Voluntária do G20 (também para o acesso à energia), bem como o Plano Voluntário de Acção do G20 para as Energias Renováveis. Enquanto o Comunicado reconhece o compromisso do G20 que remonta a 2009, para "racionalizar e eliminar a médio prazo os subsídios inefecientes aos combustíveis fósseis que fomentam o consumo excessivo", este não define um prazo para fazê-lo, apesar dos apelos de muitos grupos da sociedade civil que antecederam a reunião.
À margem da reunião do G20 de energia, a Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA) reuniu participantes para fazerem um balanço dos progressos realizados no âmbito do G20 Toolkit of Voluntary Options for Renewable Energy Deployment (Kit de Ferramentas de Acções Voluntárias para a utilização das Energias Renováveis do G20). Este conjunto de ferramentas, que é liderado pela IRENA, sob a orientação do Grupo de Trabalho da Sustentabilidade Energética, pretende mobilizar o financiamento para a implementação das energias renováveis, enquanto reduz custos e identifica oportunidades.
A IRENA comunicou o progresso nas cinco áreas prioritárias do kit de ferramentas. Por exemplo, na redução dos custos com tecnologia, os custos com as turbinas eólicas baixaram em 30-40% e os módulos solares em 80% desde 2009. Na troca de boas práticas sobre como facilitar a integração dos quadros políticos e dos sistemas de energia, a Base de Dados de Políticas e Medidas da IRENA/IEA disponibiliza mais de 700 políticas para os países do G20. Na mobilização de financiamento através de mitigação de riscos, a IRENA divulgou um relatório intitulado “Unlocking Renewable Energy Investment: The Role of Risk Mitigation and Structured Finance”. A nível das potencialidades tecnológicas e roteiros, a IRENA destacou dois relatórios, um de análise da viabilidade, custos e benefícios de duplicar a quota global das energias renováveis até 2030, e o outro que identifica as áreas de acção para os decisores políticos do G20 levarem as energias renováveis. Na implementação de bioenergia moderna, foi publicado o relatório 'Boosting Biofuels: Sustainable Paths to Greater Energy Security.'