Mini-redes com base em energias renováveis: Uma abordagem alternativa para o acesso à energia na África Austral
Esta nota explicativa analisa o potencial das mini-redes para complementarem a electrificação baseada em rede na África Austral e as condições necessárias para apoiar o êxito no seu desenvolvimento.
A África Austral enfrenta actualmente uma série de graves pressões energéticas. A produção de energia está muito aquém da procura, o desenvolvimento da rede tem sido lento e o sector eléctrico depende fortemente dos combustíveis fósseis e da energia hidroeléctrica, o que a torna vulnerável à volatilidade dos preços do petróleo e aos efeitos das alterações climáticas. Há uma necessidade urgente de diversificar o mix de geração aproveitando o vasto potencial de energia renovável da região.
Alcançar um sector de energia maior, diversificado, seguro e com baixa emissão de carbono requer uma variedade de soluções. Juntamente com o desenvolvimento contínuo das redes nacionais, são necessárias opções descentralizadas como as mini-redes, particularmente em áreas onde a extensão da rede não é tecnicamente ou financeiramente viável.
Este breve debate destaca as pressões energéticas enfrentadas pelos Estados-Membros na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e explora como as mini-redes de energia renovável podem fornecer uma solução energética alternativa e adicional para aliviar essas pressões. O documento baseia-se num estudo teórico que inclui uma revisão de documentos de investigação e políticas recentes sobre as mini-redes na região da SADC.
As mini-redes ainda se encontram maioritariamente numa fase piloto em grande parte dos países e a sua contribuição para o mix de electricidade da África Austral continua a ser mínima. As soluções de mini-redes existentes variam muito dependendo do tamanho, localização em relação à rede, tecnologia, propriedade e modelos de operação.
O aumento da utilização de mini-redes é um grande desafio, pois os países ainda não encontraram modelos de negócios sustentáveis. Os obstáculos a uma implantação mais ampla incluem o tamanho relativamente pequeno do mercado fora da rede, os baixos rendimentos dos utilizadores finais nas zonas rurais, as baixas tarifas de electricidade que não são atractivas para o sector privado, a ausência de políticas e estruturas reguladoras de apoio e o acesso limitado a financiamentos acessíveis a longo prazo.
Não existe uma única solução para estes desafios. Ao invés, os sistemas de mini-redes devem ser adaptados ao contexto social, económico e cultural local, pois caso contrário eles não podem ser adequados ao seu propósito. Uma política de apoio e um ambiente regulatório também são cruciais.
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