Moçambique e Angola presentes na reunião da SADC sobre energia
O Seminário Ministerial sobre o investimento na área de energia e o Fórum de Investimento em Energia da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) tiveram lugar nos dias 12 e 13 de Julho na Suazilândia, logo após a 36º Reunião ordinária dos ministros da Energia e Água da SADC.
A reunião abordou, entre outros assuntos, o memorando intergovernamental para o estabelecimento do centro regional para a eficiência energética e energias renováveis (SACREEE) e a aprovação da Proposta do Plano de Acção da SADC sobre a eficiência energética e energias renováveis.
O encontro fez também o ponto de situação da regulação energética na região da SADC e a revisão da situação da procura e oferta de energia.
Tanto Moçambique como Angola participaram neste encontro de três dias.
Discurso do Primeiro Ministro da Suazilândia, Sr. Barnabas Sibusiso durante a abertura oficial da "Reunião dos Ministros da Energia e Recursos Hídricos da SADC"
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Sector energético da SADC produz em excesso
De acordo com as estatísticas da Southern African Power Pool (SAPP), os Estados membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) têm instalados 59.539 Megawatts (MW) de electricidade e operavam, no fim de Abril, 54.397 MW, contra uma procura de pico de 53.478 MW.
Os dados da SAPP, divulgados durante a reunião dos ministros da Energia da SADC, demonstram que foi adicionada mais capacidade de geração em 2016 do que a prevista.
A região excedeu o objectivo de instalar 3.757 MW naquele ano e disponibilizou 4.180 MW em novos projectos de energia e reabilitação de centrais antigas. Os Estados membros da SADC projectam instalar uma produção adicional de 7.000 MW em 2017, um desenvolvimento que fortalece ainda mais a segurança energética da região.
Esta situação resultou num excesso da capacidade de geração de 919 MW desde o início deste ano, o que demonstra que os esforços para a segurança energética na África Austral estão no bom caminho.
O excesso, é, em parte, resultado da desaceleração na economia sul-africana, mas também se deve ao impacto de uma abordagem coordenada da implementação do programa de energia da SADC, e chega cinco anos antes da meta definida pela SAPP, da região atingir a auto-suficiência no sector da electricidade até 2022.
O aumento da capacidade de geração em Angola, no Malawi e na Tanzânia só está disponível internamente, já que os três países ainda não estão interligados com o resto da rede SAPP.
Isso significa que a capacidade de nova geração instalada em qualquer um dos três países não participantes não está acessível aos nove outros membros da SAPP - Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, África do Sul, Zâmbia e Zimbábue.
Estão previstos projectos de interconexão entre Moçambique e o Malawi, assim como entre a Namíbia e Angola. O comissionamento está previsto para 2020.
A mudança em direcção às energias renováveis segue uma resolução feita em 2012 pelos países da África Austral para aumentar a adopção de fontes de energia alternativas mais limpas que resultem na redução das emissões de carbono que aumentam o aquecimento do clima e causa danos ambientais.
Além de serem acessíveis, seguras e confiáveis, as energias renováveis, como a energia hídrica, solar e eólica, não se esgotam e existem em abundância na região da SADC.
O objectivo a longo prazo estabelecido pela SADC é alcançar um mix de energia renovável na rede regional de pelo menos 32% até 2020 e 35% até 2030.
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