Porto Novo, em Cabo Verde, caminha a passos largos para a concretização do ODS 7
A localidade de Porto Novo na ilha de Santo Antão em Cabo Verde tem dado largos passos para permitir que a sua população tenha acesso à energia, nomeadamente através de fontes limpas e sustentáveis.
O município do Porto Novo é já conhecido pelas experiências de sucesso, no domínio das energias renováveis para electrificação de comunidades e bombagem de água para consumo e para a agricultura.
Um exemplo disso, é a localidade de Monte Trigo, uma comunidade piscatória isolada no interior deste concelho que, desde 2012, foi electrificada com base em energia solar graças a um projecto da Águas de Ponta Preta, o novo Associado da ALER (leia aqui o editorial com a descrição do projecto)
Com uma capacidade total instalada de 40 kWp, foi uma das primeiras iniciativas implementadas em Cabo Verde em matéria de energias renováveis, com grande impacto na melhoria das condições de vida das populações. Um dos impactes mais positivos deste projecto foi tornar possível a instalação de duas máquinas de produção de gelo, permitindo a conservação do peixe sem ser necessário seca-lo, obtendo assim um valor de venda mais elevado.
Além de Monte Trigo, onde residem 75 famílias (quase 300 habitantes), também Chã de Feijoal, com 18 famílias, possui, desde 2015, energia eléctrica disponibilizada por um sistema fotovoltaico.
O projecto consiste num sistema fotovoltaico de 5 kWp integrado na rede eléctrica de baixa tensão para a distribuição de electricidade às habitações, de modo a melhorar as condições de vida da comunidade e diminuir as despesas de cada família com o consumo de energia.
Noutras localidades no interior do município do Porto Novo, como é o caso de Cabouco de Alecrim, a solução encontrada foi a instalação de kits individuais de energia solar, estando também prevista a sua instalação em breve em Bolona, Pascoal Alves e João Bento.
O Planalto Norte é, nesta altura, a única localidade do município do Porto Novo cuja população não dispõe ainda de energia eléctrica durante 24 horas/dia. No entanto, essa realidade irá mudar em breve graças à cooperação portuguesa e à representação das Nações Unidas em Cabo Verde, que têm já em fase de implementação o projecto de electrificação do Planalto Norte, com recurso a energias renováveis.
O projecto, estimado em 25 mil contos, deve ficar concluído nos primeiros meses de 2018. Estes exemplos demonstram a importância que este tipo de soluções poderão ter para atingir o objectivo nacional do acesso universal à energia em 2020 em zonas remotas e isoladas.
Um desafio que o recentemente criado Ministério da Indústria, Comércio e Energia, liderado por Alexandre Monteiro, terá que fazer face nos próximos anos.