Evolução das tarifas de electricidade em São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Angola
São Tomé e Príncipe
Durante os próximos cinco anos, o preço da electricidade em São Tomé e Príncipe vai aumentar. A actualização do tarifário, com uma subida prevista de cerca de 20% até 2030, foi anunciada pelo Director-Geral da EMAE, empresa responsável pela produção e distribuição de electricidade. A medida surge como uma imposição do FMI e do Banco Mundial, numa tentativa de salvar a empresa que enfrenta graves dificuldades financeiras.
Enquanto a transição energética não se tornar uma realidade em São Tomé e Príncipe, a electricidade continuará a ser mais cara para os santomenses. Segundo Raúl Cravid, Director-Geral da EMAE, a alternativa passará por investir na produção de energias renováveis como a fotovoltaica e, possivelmente, a hidroeléctrica. Mais informações aqui.
Cabo Verde
Já em Cabo Verde, as tarifas de electricidade contam com reduções médias entre os 9,91% e os 14,81% até 30 de Junho, anunciou a Agência Reguladora Multissetorial da Economia (ARME). Esta descida visa "salvaguardar o equilíbrio económico-financeiro dos operadores e, por outro lado, garantir a sustentabilidade dos serviços públicos de fornecimento de energia eléctrica, protegendo, assim, os legítimos interesses dos consumidores", diz a entidade reguladora. Mais informações aqui.
Segundo declarações passadas do Primeiro-Ministro de Cabo Verde, o aumento da penetração das energias renováveis contribui para a redução das tarifas. “Havendo mais energia renovável, menos importação e menos exposição à alteração de preços internacionais, obviamente, nós iremos ter um impacto maior nas tarifas, em termos de redução das tarifas, quer para as famílias, quer para as empresas”, disse.
Angola
Nesta temática, Angola destaca-se por apresentar das tarifas de electricidade mais baixas do mundo. Na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Angola tem os menores preços, com cada kWh a ser comercializado em média por 11,1Kz – e estando a média regional fixada nos 89,1kz/kWh.
Os preços de electricidade em Angola são subsidiados directa ou indirectamente pelo Estado e, embora sejam benéficos para as famílias e as empresas, causam problemas operacionais às empresas públicas do sector, que continuam a depender do Estado para se manterem em actividade. Além disso, distorcem o mercado, limitando a competitividade de soluções de energias renováveis. Mais informações aqui.
A Assembleia Nacional recomendou, no âmbito da aprovação do Orçamento Geral do Estado para 2025, a retirada progressiva dos subsídios aos combustíveis, o que teria um impacto muito relevante no sistema eléctrico angolano. Mais informações aqui.